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4 empreendedores que usam a criatividade para lucrar com a Páscoa pela internet

Forte concorrência do varejo tradicional por preços, sazonalidade do negócio e dificuldades em trabalhar com um produto perecível, delicado e difícil de ser transportado até a casa do cliente sem danos. Tudo isso faz com que a venda de Ovos de Páscoa pela internet ainda seja limitada no Brasil.

Mas isso não impede empreendedores criativos de tirar proveito da data. Confira as histórias de quatro donos de lojas virtuais que estão lucrando com a Páscoa e saiba qual é o “segredo” para se dar bem no próximo ano.

Chocolates Importados SWISS

Se vender chocolate pela internet, dentro de um mesmo país, parece um desafio logístico, imagine fazer uma caixa de bombons viajar de um continente a outro! É exatamente isso que o e-commerce de chocolates importados SWISS faz.

Monica Pons resolveu abrir a loja em 2013, quando se mudou para a Alemanha. É de lá que ela compra os chocolates que exporta para o Brasil e alguns países de língua inglesa, como Reino Unido, Irlanda, Austrália e Estados Unidos.

“Percebi que a oferta de chocolates aqui era muito alta, então resolvi aliar minha paixão pelo doce à ideia de ter um negócio”, explica e empreendedora.

Com um tíquete-médio de 140 reais, Monica acredita que seus clientes olham para o chocolate como “um luxo acessível”. “Não senti o impacto da crise no Brasil no meu negócio”, diz a empresária.

Nesta Páscoa, as vendas para o Brasil já cresceram 400% em relação à média mensal. A empreendedora conta com o entusiasmo dos brasileiros para aumentar as vendas na data, já que na Alemanha os ovos não fazem tanto sucesso.

“O consumo de chocolate por aqui é diferente. Não tem supermercados cheios, até o teto, de ovos de chocolate. Até faz um pouco de falta ver esse exagero nosso”, brinca Monica.

Como os produtos cruzam fronteiras internacionais para chegar ao seu destino, os prazos de entrega variam de 15 a 60 dias. Os impostos de importação são assumidos pela loja. “Cobramos uma taxa única de 10 reais pelo frete, sem limite de quantidade de produtos”, diz.

De acordo com Monica, os chocolates são embrulhados em plástico bolha e transportados em caixas de papelão, que oferecem boa proteção. “Estamos estudando o uso de materiais de isolamento térmico, como caixas de isopor ou outros, mas ainda não implementamos”, conta.


Transfer para Chocolate

A loja Transfer para Chocolate é especializada na venda de transfer, uma espécie de material adesivo comestível para personalização de chocolates. Com o produto, é possível dar ao chocolate a “cara” de personagens, desenhos e até mesmo logo de empresas. 

O foco do e-commerce é B2B − 80% dos seus clientes são comerciantes, doçarias e padarias, principalmente.

O próximo desafio, segundo Afonso Carneloz, dono da loja virtual, é aumentar as vendas para pessoas físicas. “O consumidor final está comprando mais. Querem fazer uma mesa mais bonita para as festas das crianças ou para um batizado, por exemplo”, diz o empreendedor. Para atrair esse público, a loja não exige pedido mínimo, facilitando a venda em pequenas quantidades.

De acordo com o empreendedor, a Páscoa é seu feriado mais rentável. “Tenho um aumento de, aproximadamente, 150% nas vendas durante o período, em comparação com os outros meses. Este ano estimamos um crescimento de 60% em relação à Páscoa de 2014”, projeta Carneloz. 

O transfer com desenhos de personagens infantis é o que mais faz sucesso. “A criançada gosta, né? Vende bastante agora na Páscoa” afirma o empresário.

Flores Online

Engana-se quem acha que só quem trabalha com chocolate como produto principal pode aumentar as vendas na Páscoa. A Flores Online, e-commerce especializado em flores e presentes, investe em parcerias com grandes marcas de chocolate, como Havanna, Lindt e Guylian, para atrair o consumidor que quer presentear na época.

Além dos ovos de chocolate, outros itens, como brigadeiro de colher, bombons, coelhinhos de chocolate, brownies e pelúcias, são “empacotados” nos kits e nas cestas de presente oferecidos no site. 

“Nesta Páscoa, estimamos um crescimento de 25% nas nossas vendas em relação ao ano passado”, diz Carlos Miranda, CEO da Flores Online. O tíquete-médio para a Páscoa deste ano é estimado em 135 reais.

Para se destacar da concorrência, a loja investe na entrega expressa. “Montamos um esquema diferenciado de logística na Grande São Paulo, com entregas até no próprio domingo de Páscoa”, afirma Miranda.

Além de realizar vendas diretas para pessoa física, a Flores Online também disponibiliza a coleção de Páscoa para o mercado corporativo.

Baby Chocolate

Apesar do nome “apetitoso”, a Baby Chocolate não tem nada de comestível no seu portfólio. Trata-se de uma loja especializada em roupas infantis. Com cinco anos de mercado, tem um tíquete-médio mensal de 140 reais. Apesar de não vender chocolate, a loja aumenta seu faturamento no feriado oferecendo roupas customizadas com o tema. 

Segundo Georgia Biazús, responsável pela loja, a receita cresce de 10% a 15% no período, em relação aos outros meses do ano. Já que os bebês não podem comer chocolate, as roupas são uma alternativa para quem quer presentear os pequenos nessa data, de acordo com a empreendedora.

O grande sucesso da loja neste ano é o body de Páscoa, que já vendeu mais de 500 peças. “A aceitação foi excelente. Até já retiramos os nossos produtos de Páscoa do ar, por estarem esgotados”, comemora a empresária.

Como essas histórias demonstram, conhecer as necessidades e o que seu público está disposto a consumir pode ajudar a aumentar as vendas, mesmo em um período não muito forte para o comércio eletrônico, como é o caso da Páscoa. Basta criatividade e conhecimento do seu público para cavar boas oportunidades de vendas.