Será que vale a pena tirar o projeto do papel?

Ter uma boa ideia é, sem dúvida, o ponto de partida para criar um negócio. Mas nem todo insight que parece ser promissor tem, de fato, potencial para se transformar em uma empreitada de sucesso.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 48% das empresas brasileiras fecham as portas depois dos três primeiros anos de vida.

Para evitar entrar para esta estatística, o primeiro passo é procurar entender se o seu projeto realmente tem fôlego para decolar. E o ponto de partida é elaborar um plano de negócios com base em muitas informações e pesquisa.

⇒ Leia também: Guia Rápido: 30 atitudes que vão ajudar sua loja virtual a decolar (e voar alto!)

Não há uma fórmula garantida para o sucesso. “Empreender não é uma ciência exata, não existe receita para negócios”, diz Marcelo Möass, sócio da consultoria em empreendedorismo Dínamo Education & Business.

Mas, seguindo alguns passos, é possível diminuir as incertezas quanto ao potencial de um negócio. Confira.

Procure um problema

O ponto de partida da sua ideia de negócio sempre deve ser um problema. De preferência, um problema real, que atinja um número considerável de pessoas.

Você pode achar, por exemplo, que uma cobertura de sorvete sabor bacon é uma grande ideia. Mas, se não houver um número significativo de potenciais compradores para esse produto, ele estará fadado ao fracasso.

Uma maneira simples de testar hipóteses como esta é conversar com as pessoas. “As comunidades nas redes sociais são uma ótima alternativa para obter uma resposta rápida. Verifique quantas pessoas curtiram, compartilharam e comentaram a sua ideia. Você ainda pode descobrir outros problemas que as pessoas expõem”, diz Möass.

E o ideal é ir além do mundo virtual. “Busque, também, o contato pessoal de uma maneira descontraída. Questionários muito formais deixam as pessoas meio intimidadas.”

Segure a empolgação

Passada esta primeira fase, você percebe que realmente a ideia pode dar samba. Mesmo assim, o ideal é segurar a empolgação inicial, pois, muitas vezes, você acaba ficando cego para pontos que podem ser importantes para o sucesso do negócio.

“É preciso pensar com a razão, pois, quando temos insights, normalmente, estamos inspirados e a ideia, no primeiro momento, sempre parece inédita e exclusiva”, explica Roberto Calderón, diretor da ABRADi-SP, associação sem fins lucrativos que representa agências digitais.

Nesta etapa, uma boa dica é anotar todas as suas ideias para checar, posteriormente, se realmente fazem sentido. “Quando o insight aparecer, escreva todos os detalhes, monte um plano e guarde por, pelo menos, sete dias. Passado este tempo, volte e reveja tudo o que você anotou, além de verificar como está sua expectativa. Se a empolgação e o brilho nos olhos forem os mesmos, avance com o projeto”, indica Calderón.


Pesquise o mercado

Ao descobrir uma brecha no mercado, você precisa, também, avaliar como será sua entrada no nicho escolhido. “É preciso ver quantos e quais são os concorrentes que estão cuidando desse gap que você encontrou no mercado. Por isso, faça pesquisas e coloque em seu radar tudo sobre o mercado e o assunto que vai trabalhar. Levantar demandas e ver se já existem outros empreendedores com a mesma ideia é importante para que você direcione o business da empresa”, diz Calderón.

Para isso, desenvolva um modelo de negócio que vai nortear todas essas pesquisas. “Em outras palavras, coloque no papel sistematicamente tudo o que encontrar para analisar e ajustar os principais pontos da ideia. Isso vai direcionar as ações posteriores”, conta Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP.

Com esse estudo de mercado, você poderá inovar ainda mais. “É o momento de encontrar seus diferenciais competitivos”, complementa Nagamatsu. Aqui, dependendo do caso, ainda é a hora de pensar em correr riscos altos, porém calculados. “Tome cuidado com ‘modinhas’ e com algo fácil de ser imitado”, alerta o consultor.

Conheça seus clientes

Feita a primeira etapa, é hora de conhecer melhor seus potenciais clientes. Aproveite o resultado da pesquisa anterior, feita nas redes sociais, para identificar o perfil deles. “É importante se relacionar com eles e ver o que realmente faz sentido e é viável financeiramente”, avalia Calderón.

⇒ Leia também: Quer conhecer melhor seu cliente? Então faça perguntas!

Vá além dos dados demográficos tradicionais – como idade e sexo. Procure conhecer alguns hábitos, como os lugares que eles frequentam e os assuntos que lhes interessam.

“É preciso saber, principalmente, como o cliente lida com o problema em questão. Quais as soluções que ele tem à disposição hoje”, diz Vinicius Machado, community manager da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) e sócio da X4 Start, que desenvolve projetos para startups.

Ao conhecer a “persona” à qual você vai endereçar, fica mais fácil direcionar os esforços. “Para isso, uma boa pedida é montar uma landing page e levantar os potenciais clientes, o que ajuda a calcular o investimento que será necessário para atingi-los”, indica Calderón. 

Busque feedback fora do seu círculo social

O incentivo de amigos e familiares pode ser uma arma contra o seu negócio. “Com o apoio de parentes, o empreendedor pode sair da realidade e acreditar que sua ideia vai revolucionar o mundo. O problema é que a família pode não entender de negócios. Ela só apoia porque ama aquela pessoa”, diz Möass.

Não despreze os inputs dos “chegados”, mas ouça também pessoas de fora, que não tenham nenhuma ligação sentimental com você. Eles costumam dizer algumas verdades que ninguém gostaria de ouvir.

“Procure não só se conectar com as pessoas, mas consultar fontes de dados que deem algum embasamento para suas previsões. Quanto mais multidisciplinar for a consulta, melhor”,  diz Machado.

Sua ideia tem prazo de validade?

Muitas empresas surgem em meio a uma onda de modismo e acabam sumindo logo depois. É o caso das plataformas de compras coletivas no Brasil, que no seu auge chegaram a ser mais de 1,2 mil no Brasil, segundo dados do e-bit. Grande parte acabou fechando as portas.

Uma pergunta importante a ser feita é: Será que seu negócio faz sentido no longo prazo ou atende a uma necessidade momentânea e pontual?

Mesmo que a resposta for afirmativa, é importante continuar atento às movimentações do setor para não ficar para trás.

“O mercado é muito dinâmico. Até sua pesquisa inicial não terá mais validade daqui a cinco anos. Por isso, é importante continuar conversando com o público e fazendo testes para ajustar melhor o seu produto”, diz Möass.

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Seguindo esses passos, você poderá evitar muitos tropeços. Mãos à obra! 

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