Se ainda restavam dúvidas a respeito do sucesso do comércio eletrônico no Brasil, 2013 serviu como tira-teima. A cada data comemorativa, novos recordes de vendas, muitas vezes bilionários, se consolidaram – mesmo com o varejo tradicional crescendo em ritmo bem mais lento.
A consultoria e-bit estima um crescimento nominal de 25% no faturamento anual do e-commerce, em comparação com 2012. O total de vendas deve chegar a 28 bilhões de reais. Só no primeiro semestre de 2013, o e-commerce ganhou cerca de 3,98 milhões de novos consumidores, e a previsão é que o ano termine com um total de mais de 51 milhões de brasileiros comprando pela internet.
Mas 2013 não trouxe somente a certeza de que as lojas virtuais chegaram para ficar no cotidiano tupiniquim. Veja outros fatos relevantes que marcaram:
Novas regras do e-commerce
Esse, talvez, tenha sido o fato mais importante para o mercado neste ano, pois mexeu diretamente com a estrutura dos lojistas virtuais.
Em maio, o governo divulgou nova regulamentação para as empresas do mundo online.
A lei aborda três pontos principais: direito de arrependimento do consumidor, atendimento eficaz por parte das lojas virtuais e clareza de informações sobre as empresas.
M-commerce em alta
Os smartphones e tablets dominam o Brasil! É muito difícil você não encontrar alguém utilizando um dispositivo móvel em um raio de 50 metros de distância.
Eles estão em todos os lugares e, consequentemente, as compras realizadas por esses aparelhos começaram a disparar.
Segundo a consultoria e-bit, os dispositivos móveis devem ser responsáveis por 4,5% do total das compras online durante o Natal. Em junho, as vendas via mobile commerce chegaram a 3,6% do total do comércio eletrônico. No mesmo período do ano passado, elas representavam 1,6%.
Proibição de concursos culturais nas redes sociais
As redes sociais são, sem dúvida, componentes importantíssimos nas estratégias de marketing do comércio online. E as mudanças nas regras para a realização de ações promocionais nessas mídias afetou diretamente o e-commerce.
De acordo com a nova lei vigente, desde julho, as empresas estão proibidas de fazer concursos culturais nas redes sociais. O uso é permitido somente para divulgar a ação e convidar os clientes para participar. Esse tipo de ação era muito comum para aumentar a presença da loja na rede, angariar vendas e conquistar novo público.
Com a mudança, as lojas tiveram de rebolar e criar outras estratégias de marketing e divulgação, como hotsites promocionais ou promoções regulamentadas na Caixa Econômica Federal.
Datas gringas chegaram para ficar
A Black Friday (sexta-feira após o feriado de Ação de Graças, nos Estados Unidos) já faz parte do calendário brasileiro. E, embora o consumidor ainda desconfie das promoções, neste ano a e-bit estimou um movimento de 390 milhões de reais no e-commerce durante a liquidação, o que representará um crescimento de 60% em relação a 2012.
Já no Boxing Day (queima de estoque feita no dia 26 de dezembro, após o Natal) de 2012, o varejo online movimentou 81,6 milhões de reais, acréscimo de 39% em relação ao mesmo período do ano anterior. Ainda não foram divulgados dados de 2013, mas a expectativa é que, a exemplo das outras datas, haja crescimento no faturamento.
É a vez do consumidor!
E se a adesão às compras virtuais cresceu, o consumidor também começou a cobrar mais e ser mais exigente. E os órgãos regulamentadores estão amparando o consumidor nessa caminhada.
Um exemplo disso foi que neste ano o site Busca Descontos, responsável pela Black Friday no Brasil, em parceria com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, lançou um Código de Ética para a liquidação, que assegura alguns direitos aos consumidores que todas as lojas participantes devem cumprir.
Que tal arriscar a sorte e dar um palpite sobre os fatos que devem marcar o e-commerce no ano que vem?