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Alexandre Inagaki: cuidar da sua rede social não é tarefa para seu sobrinho

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Pensar enlouquece, você já pensou nisso? Foi com esse mote que Alexandre Inagaki criou o seu blog, em 2002, que hoje registra cerca de 170 mil visitantes únicos por mês. Os assuntos de seus posts são variados, vão desde cultura pop até política.

Hoje, além de blogueiro, Inagaki trabalha também como consultor de comunicação para meios digitais. Sua lista de clientes conta com nomes como Cola-Cola , Nokia e Sony Pictures.

Você também pode usar as ferramentas e estratégias que essas grandes empresas usam para impulsionar seu negócio. O primeiro passo, segundo Inagaki, é desapegar da ideia que seu sobrinho é a melhor pessoa para gerenciar suas redes sociais. 

Em uma papo exclusivo com a Academia UOL Meu negócio, o especialista dá dicas para se dar bem no ambiente digital. Confira.

Qual o melhor caminho para uma companhia entrar no mundo dos blogs e redes sociais e, claro, obter bons resultados?

Em redes sociais, vale aquela máxima: não é à toa que temos mais olhos e ouvidos do que boca. O primeiro passo para quem deseja participar das conversas, que ocorrem o tempo todo em blogs e redes sociais, é monitorar. Fique ligado no que as pessoas falam sobre uma companhia, ou sobre seus produtos e nicho de atuação. 

Quando você deseja participar de uma roda de conversas na qual você ainda não conhece nenhum dos participantes, não deve simplesmente ir se intrometendo e jogando assuntos no papo, sem se apresentar ou compreender qual é o tom dos diálogos.

É importante, também, ter consciência de que, em se tratando de redes sociais, uma companhia precisa manter estratégias de atuação a longo prazo. Um consumidor que se torna fã de uma página no Facebook ou seguidor de um Twitter corporativo quer dialogar com aquele perfil: opinar, criticar ou elogiar, recebendo as devidas respostas e sentindo que agora possui um canal no qual será devidamente ouvido por aquela corporação. 

É possível gerar resultados sem investir em propaganda? Como um pequeno empreendedor do e-commerce pode se beneficiar das ferramentas do marketing digital sem precisar investir muita grana?

Um passo importante, para que ele possa aproveitar as oportunidades trazidas pelos novos meios digitais, é pensar como é possível integrar seu core business a ferramentas tão dinâmicas como Instagram, SnapChat e Vine. 

Um exemplo clássico é o da padaria londrina AlbionCafe, que em 2009 começou a avisar seus followers no Twitter toda vez que saía uma nova fornada de pães quentinhos. Uma iniciativa que, além de oferecer uma informação relevante a seus seguidores, atraiu mídia espontânea para a empresa. 

Saber integrar os recursos principais de uma rede social às qualidades e características de uma marca ou produto é a chave deste negócio. Não basta apenas entrar no Facebook, no Twitter ou qualquer outra rede social só porque é a “bola da vez”. Se a companhia não tiver assuntos suficientes para criar um perfil que ofereça conteúdos interessantes, e que façam sentido dentro daquela interface, não faz sentido.


A queda no alcance orgânico das postagens do Facebook é uma realidade. O que as empresas que não tem muita verba para investir em anúncios podem fazer diante desse cenário?

De nada adianta uma empresa ter uma fanpage com 1 milhão de pessoas que não interagem com seus conteúdos. 

Uma página menor, mas povoada por fãs que realmente gostam de determinada marca e interagem com seus posts, é muito mais valiosa do que uma fanpage artificialmente bombada.

A queda do alcance orgânico das postagens afeta muito mais as páginas que viviam à base de fãs atraídos por posts engraçadinhos, mas pouco pertinentes aos produtos e serviços.

Diante desse cenário, empresas devem apostar em conteúdos realmente relevantes para o seu negócio: posts que sejam capazes de divulgar seus produtos, mas que não sejam meramente marketeiros e possuam pertinência para as conversações dentro de uma rede social.

O marketing boca a boca é uma força poderosa no mundo offline. Como tirar proveito dele no digital?

Um approach emocional, como no case dos Retratos da Real Beleza de Dove ou uma estratégia de produção de posts pertinentes, que tenham bom-humor e aproveitem memes e assuntos que estão repercutindo na rede, como no caso de Ponto Frio, são bons exemplos de como estimular a divulgação boca a boca (ou mouse a mouse). 

Empresas que saibam criar campanhas não invasivas, recorrendo a humor, emoção e/ou insights trazidos pelo monitoramento, estão um passo à frente de outras no universo das redes sociais.

A mídia paga, especialmente Adwords, é estratégia recomendada também aos pequenos empresários? Ou concorrer com os grandes, que investem muito, é batalha perdida?

O bom da internet é que, além de estar em constante crescimento ano após ano, há mercado para todos. Pequenos empresários podem e devem investir em links patrocinados, social ads, publieditoriais em blogs e outras ferramentas ao seu alcance, desde que saibam bem qual é o seu público-alvo e onde ele está. 

Hoje em dia é possível veicular anúncios para mulheres entre 47 e 51 anos que morem na Zona Sul de São Paulo e tenham como hobbies artesanato e cinema, por exemplo. Mas precisam, claro, saber muito bem quem desejam impactar, e trabalhar com profissionais que saibam quais são as melhores estratégias para alcançar esse público na rede.

Quais são os erros mais comuns de quem investe em redes sociais e como evitá-los?

Primeiro, achar que produzir conteúdos relevantes em redes sociais é coisa que qualquer sobrinho ou primo é capaz de fazer.

Segundo, não criar um planejamento de longo prazo, que seja capaz de mapear influenciadores e embaixadores de marca, entender como anda a saúde da imagem de sua marca ou empresa na internet e estabelecer diálogos permanentes com consumidores atuais e potenciais. 

E, terceiro, querer ingressar em redes sociais sem que sua empresa esteja preparada para ser o mais transparente possível. Nesta era de Wikileaks, uma companhia não pode manter um perfil em qualquer rede social que seja sem estar pronta para receber críticas e acusações, sem saber como reagir a elas.

 

Gostou das dicas? Quem mais você gostaria de ver por aqui, nos bate papos da Academia UOL Meu negócio? Fala que a gente escuta!

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