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Por que mais horas extras não indicam produtividade?

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O que importa é qualidade e não quantidade

Produtividade não diz respeito, apenas, à quantidade de horas trabalhadas. O conceito, na verdade, está diretamente relacionado à qualidade das atividades desempenhadas por empregados, freelancers, gestores, empresários e todos os profissionais do mercado. Nem sempre as jornadas mais efetivas resultam de expedientes mais longos. Com base nessas informações, as perguntas que surgem são: qual é a fórmula ideal para equilibrar a relação entre horas extras e produtividade? Como render mais?

Com um mercado de trabalho cada vez mais complexo e atividades laborais que nem sempre se reduzem a uma função mecânica e repetitiva, é ainda mais importante entender o conceito de produtividade em todas as suas dimensões. Antigamente, as funções eram mais simples, exigiam pouco treinamento, quase nenhum pensamento crítico e a mínima criatividade.

No entanto, esse conceito mudou e, atualmente, a produtividade está diretamente relacionada a ambientes corporativos inovadores, dinâmicos, de alta complexidade e muito trabalho em equipe. Por isso, é preciso que o empregado raciocine rápido e busque caminhos cada vez mais eficientes para obter melhores resultados, tendo em vista a multifuncionalidade e as atividades cada vez mais intelectuais.

Ainda que isso seja uma tendência em muitas empresas, mais horas extras não devem ser traduzidas como maior produtividade. Claro que é preciso particularizar cada caso à realidade da companhia, ao perfil dos empregados, bem como ao tipo de atividade que é realizada. No entanto, vários estudos já consideram que esse aumento de horas trabalhadas não tem o resultado desejado.

Um exemplo disso é o estudo feito pelo Instituto Randstad, na Austrália e na Nova Zelândia, que descobriu que empregados com equilíbrio maior entre vida profissional e pessoal acabam se mantendo por mais tempo no serviço. Diversos entrevistados disseram acreditar que trabalhar mais de 50 horas semanais não é necessário para a manutenção de bons empregos e não se sentem motivados a fazer isso.

Agora, do ponto de vista do empregador, que tal refletir sobre os custos de treinamento, adaptação e até mesmo dispensa de empregados em contextos de trabalho de alta rotatividade? Se essa é a realidade de uma empresa em razão do alto número de horas trabalhadas por semana, talvez seja preciso repensar se essa é, mesmo, a melhor estratégia para manter a relação custo-benefício de uma forma tão desgastante para os empregados.

Na verdade, existem diversos benefícios relacionados a uma rotina mais equilibrada, com horas suficientes de descanso, pois um profissional que não atua por tantas horas por semana consegue ter tempo de qualidade com a família e amigos e tem maior propensão para se manter nesse tipo de emprego. Tudo isso, simplesmente, porque a motivação para trabalhar é maior. A junção desses fatores resulta em um aumento da qualidade das atividades realizadas e, consequentemente, da produtividade.


Há, também, outros benefícios relacionados a esse tipo de jornada balanceada, como a redução do índice de estresse e a diminuição das doenças relacionadas às rotinas desgastantes, o que reduz as licenças por razões médicas. Profissionais que estão com o sono em dia também têm mais atenção ao desempenhar suas funções, bem como maior disposição para o serviço. Ou seja, preocupar-se com a saúde física e mental dos colaboradores deveria ser prioridade para as empresas que querem aumentar os índices de produtividade.

A Suíça pode ser uma inspiração para muitos: por lá, a lei impõe uma limitação da carga horária e a jornada semanal não costuma passar de 40 horas. Isso faz com que os trabalhadores do país tenham ótimos índices de satisfação, além de garantir altos níveis de emprego. Esse exemplo nos mostra que a redução na jornada pode servir, inclusive, aos interesses governamentais de diminuir os níveis nacionais de desemprego.

De acordo com um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país europeu tem, também, uma das populações mais felizes do mundo. Será apenas uma coincidência?

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