Tome cuidado para não vazar os dados de seus clientes.
Quem nunca recebeu um telefonema, e-mail ou até mesmo carta de alguma empresa sem ter noção de como ela conseguiu seus contatos?
Isso acontece porque, de certa forma, o Brasil não conta com uma lei sobre privacidade de dados. Dessa maneira, as informações coletadas por alguma loja virtual pode cair na mão de outra empresa, que por sua vez as utiliza na caça de novos clientes.
Na teoria, todos os dados recolhidos em um cadastro não podem ser compartilhados ou vendidos a terceiros, a menos que isso esteja estabelecido no termo de uso assinado pelo cliente. Mas na prática. . .
A questão é tão séria que a União Europeia criou, em 1995, a Diretiva 95/46/CE, responsável por regulamentar o tratamento de dados pessoais. Hoje, 101 países contam com leis de proteção a dados pessoais. Argentina, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai são os nomes da América Latina. No Brasil, existe apenas um projeto em estudo no Ministério da Justiça.
Dessa maneira, cada empresa acaba criando sua própria regra. E aí, já sabe, né? Vira aquela festa da uva! Confira algumas ressalvas e repense como você irá utilizar esses dados:
Clientes desconfiados
É claro que as informações conseguidas são essenciais para o funcionamento da empresa e não podem ser descartadas. São elas que ajudam a direcionar ações de venda e marketing.
Mas pesquisa recente feita pela Federação do Comércio de São Paulo diz que os consumidores desconfiam, e muito, do uso de seus dados pessoais. Entre os entrevistados, 72,3% não confiam no armazenamento feito pelas marcas e 49,8% acham que as empresas usam os seus dados sem autorização.
Não feche os olhos para esses números. Reme contra o movimento do uso desregrado de informações pessoais e tenha uma resposta positiva diante dos consumidores.
Tenha um termo de uso claro e definido
Como já dito acima, cada loja faz seu próprio termo. E na hora de redigir o seu, lembre-se de tudo o que será necessário para o decorrer de um bom trabalho. Você irá precisar de dados como nome, endereço, código postal, telefone e e-mail para ações de marketing? Se antecipe e peça no termo de uso a autorização para uso dessas informações.
Fuja dos chamados dados sensíveis, aqueles que possam resultar em discriminação. Dentre eles estão: raça, étnica, religião, orientação política e sexual. Quando utilizadas, essas informações podem gerar problemas judiciais.
Renovação de permissão de uso de informações
Talvez você desconheça a existência dessa prática, pois são poucas as empresas que a utilizam. E esse é justamente um bom motivo para você praticar. Destaque-se e mostre o quão sua empresa é clara e honesta com os clientes.
Funciona assim: de tempos em tempos, envie um documento aos clientes cadastrados perguntando se você pode continuar usando os dados pessoais informados anteriormente. Se você não agir de forma abusiva, certamente terá novo aval do consumidor.
A prática nas redes sociais
É muito comum o usuário das redes sociais, especialmente o Facebook, permitir que alguns aplicativos tenham acesso aos seus dados. Muitas empresas criam jogos e brincadeiras na rede social somente para coletar informações por meio desses dispositivos.
No entanto, o Facebook não permite que você use as informações conseguidas através de aplicativos, a menos que seja para trazer benefícios aos usuários. Então fique atento, porque se você fizer mau uso e for denunciado, sua empresa pode ser penalizada.
Toda vez que você coletar dados das redes sociais, opte pelas informações públicas, aquelas que o usuário deixa disponível para qualquer pessoa. Mas mesmo assim, você precisa de autorização para fazer uso delas.
E então, você tem utilizado de maneira correta os dados dos seus clientes? Não se esqueça que honestidade e clareza também fidelizam clientes!