O Produto Mínimo Viável pode ajudar os novatos no mercado
Você, empreendedor de primeira viagem, já ouviu falar em Produto Minimamente Viável (MVP, na sigla em inglês)? Pois saiba que ele pode ser um importante aliado para quem está começando um negócio inovador.
O MVP é a versão mais simples de um produto ou serviço colocado no ar para testar conceitos e funções antes de ser lançado definitivamente no mercado.
O método é muito utilizado por startups. A ideia é, com o menor gasto e esforço possível, entender se a solução pensada realmente atende às necessidades dos usuários e tem potencial para escalar.
A premissa é simples: quem melhor do que os clientes em potencial para apontar falhas e funcionalidades desnecessárias do seu produto, além de indicar outros caminhos que você nem sequer tinha vislumbrado?
“Esse conceito de viabilizar, lançar e medir se o negócio terá aceitação no mercado com o menor custo possível é uma prática excelente. Mas no Brasil ainda é bem pouco usado, o que gera custos e fracassos de várias empresas e produtos”, afirma Roberto Calderón, diretor da ABRADi-SP, associação sem fins lucrativos e que representa mais de 100 agências digitais em São Paulo.
Por que utilizá-lo?
Ter esse feedback logo na concepção da ideia, antes de investir de forma agressiva no produto, é fundamental. Isso porque o custo para desenvolver um MVP é muito inferior ao de montar uma equipe de profissionais para criar um sistema e de investir em marketing e no acabamento do produto final.
“Adotando o conceito do MVP, com baixo investimento e curtíssimo espaço de tempo é possível ter um cenário da viabilidade do negócio”, esclarece Calderón.
Pode apostar, muitas empresas fracassam porque acreditam, sem ouvir a opinião dos clientes, que suas ideias são a solução para todos os problemas do mundo.
“Estudos e análises iniciais são muito importantes para planejar o lançamento de uma loja virtual, mas nada é tão assertivo quanto testá-la diretamente no campo de batalha”, garante Raphael Ferrari, sócio-diretor da Sanders Estratégia Digital e especialista em estratégias para otimização de performance no e-commerce.
Colocando em prática
Um MVP não tem um único formato ideal. Pode ser desde uma landing page para angariar cadastros de futuros interessados no produto – o que já será um indicativo do seu potencial – até uma versão rudimentar da ferramenta.
Colocando isso em um exemplo prático, vamos imaginar que você queira lançar um site de entrega de sucos naturais em domicílio em até 30 minutos.
Seu produto final poderá ter inúmeras funções – como escolha entre mais de 40 sabores e combinações de frutas; porções pequenas, médias e grandes; sistema que direciona automaticamente o pedido para a unidade mais próxima da residência do cliente; cobrança e envio de pedido por e-mail, e por aí vai.
Mas, antes de criar um sistema com esse nível de complexidade e automação, a pergunta que você precisa se fazer é: será que as pessoas, realmente, querem receber um suco natural em casa em 30 minutos?
Para isso, você pode fazer algo tão simples como uma página de cadastro explicando esse conceito e convidando os interessados em testar o serviço em primeira mão a se cadastrar.
Ou, ainda, criar um site com duas ou três opções de sabor de suco, limitado a uma área de entrega específica e com pagamento apenas em dinheiro ou cheque. Cada vez que alguém envia um pedido, você recebe por e-mail, faz a entrega e recebe no local, aproveitando para ouvir os feedbacks dos clientes sobre o serviço.
A tal ferramenta mais simples já será um bom indicador para perceber se há receptividade para a ideia, de fato, e se vale a pena investir no seu desenvolvimento.
Ok, com isso, muitas vezes, você acaba descartando, em um primeiro momento, as funcionalidades imaginadas no começo.
“Mas calma, isso não quer dizer que você estava errado, e sim que agora você pode tomar decisões assertivas para o projeto. A sensação de que foram feitas ‘atualizações’tem um peso positivo para o consumidor também”, ressalta Ferrari.
Após essa bateria de testes, também fica mais fácil fazer projeções de crescimento e definir preços mais compatíveis com a realidade do mercado, além de fazer adaptações do produto mais voltadas para as necessidades do seu público-alvo. E tudo isso de forma ágil e econômica.
Está prestes a tirar uma ideia do papel? Aposte nesta técnica antes de “entrar com tudo” no mercado. Isso lhe trará mais segurança e visão de negócio.