Entenda esse modelo que cada vez mais ganha espaço no mercado
Se você é ligado no universo das startups, já deve ter ouvido muito o termo escalabilidade. Nos dias atuais, o desejo por um modelo de negócio escalável é frequente – e não é para menos.
“Quanto maior a escalabilidade de um produto ou serviço, maiores são suas chances de atrair investimentos”, afirma Leonardo Bastos, coordenador de Ciências Econômicas e Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte.
Além de abrir as portas para a entrada de investimentos, o modelo escalável de negócio está associado a inovação, flexibilidade e grande crescimento da empresa.
Na prática, a escalabilidade é um sistema cheio de vantagens e que, para ser aplicado, exige, especialmente, um planejamento cuidadoso e caprichado.
“Se bem definido o planejamento e modelo de negócio, os riscos são pequenos. Com isso, as desvantagens quase serão irrelevantes”,aponta Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP.
Para esclarecer o conceito, separamos as informações principais ligadas ao assunto para que você compreenda o significado não só da palavra, mas também da aplicação prática no negócio.
O que é escalabilidade?
Escalabilidade é um termo que remete à produção em escala e tem como objetivo trazer para o negócio o mesmo princípio – produção em larga escala com custos reduzidos, resultando em ganhos ampliados.
Logo, um negócio escalável é aquele que pode multiplicar suas ações, produtos ou serviços de forma a atingir um grande número de pessoas, sem que isso signifique um aumento no investimento financeiro.
Em linhas gerais, escalabilidade é um modelo de negócio que pode ser replicado sem necessitar de recursos adicionais na mesma proporção do crescimento do empreendimento. Isto é, que produza cada vez mais sem ter de alterar a estrutura inicial de custos do negócio.
Construindo um modelo de negócio escalável
Como pré-requisito, a escalabilidade pede um empreendedor com potencial inovador e visão dinâmica e criativa. “O negócio escalável deve ser embasado na inovação e em insights no âmbito do empreendimento. Sendo assim, a competência em inovação é essencial para que o negócio seja escalável”, destaca o consultor do Sebrae.
Partindo desse ponto, é preciso criar um modelo de negócios capaz de ser replicado e multiplicado, além de tornar possível a compreensão do processo de produção por outros funcionários.
Na hora de estruturar o modelo no papel, a dica de Leonardo Bastos é adotar o método Canvas, que permite gerenciamento estratégico e avaliação de hipóteses.
Com o modelo de negócios pronto, a manutenção do sistema depende de foco no planejamento, habilidade inovativa aguçada e um dinamismo maior que o esperado em um empreendimento tradicional.
“O empreendedor necessita de ferramentas mais automatizadas e interligadas que possibilitem ter uma visão sistêmica do mercado para a criação de defesas contra ataques de concorrentes e elaboração de novas estratégias competitivas”, aconselha Nagamatsu.
Ficar de olho nas exigências do mercado, mudanças de cenário e nas atividades dos concorrentes é essencial para quem deseja, constantemente, aprimorar suas estratégias e construir um negócio escalável.
“A maioria das pequenas empresas focam mais na gestão e em questões mais operacionais do dia a dia, não reservando tempo para estratégias e questões inovativas. A ausência de conhecimento e habilidade gera a desvantagem no manuseio de modelos escaláveis”, sinaliza o consultor do Sebrae.
Escalabilidade: passo a passo
De acordo com Fabiano Nagamatsu, para aplicar a escalabilidade no negócio geralmente é necessário seguir os seguintes passos:
1. Ser criativo e agente de transformação;
2. Visualizar a oportunidade;
3. Criar um modelo de negócios (Canvas);
4. Validar o modelo;
5. Elaborar o plano de negócio;
6. Iniciar a operação da empresa;
7. Estimular a tração da empresa de acordo com as estratégias escaláveis.
“Uma vez que se validou o modelo de negócio, tecnicamente, e analisou-se a viabilidade financeira, mercadológica e econômica, o projeto está pronto para buscar sua escalabilidade por meio da produção e das operações”, ressalta o consultor.
A escalabilidade na prática: experiência de empresas escaláveis
Por sua característica flexível, o modelo escalável é implantado de formas diferentes em cada empresa, conforme sua natureza e possibilidades. Na Medicina Direta, por exemplo, a aplicação do sistema exigiu um aprofundado conhecimento das necessidades da área de atuação do negócio.
“Na área da saúde, a escalabilidade é um grande desafio em razão da complexidade do setor. Por exemplo, o processo de faturamento de convênios de uma clínica ou consultório envolve formulários, tabelas e um conhecimento muito profundo sobre as normas da ANS”, explica Tiago Delgado, sócio-fundador da Medicina Direta.
Para tornar-se escalável, os principais investimentos da empresa foram em tecnologia, por meio do website, cloud computing e foco na facilidade de uso – tanto do lado do cliente quanto da própria equipe.
Como resultado, Delgado destaca a melhor performance de vendas. “As vendas aumentaram em 115% em 2015, sendo o melhor ano da história da empresa. A escalabilidade nos permitiu aprender o processo de venda em massa”, conclui.
Além de aprimorar a parte tecnológica do negócio, o modelo escalável depende, também, da estruturação estratégica e operacional da empresa.
“Para buscar a escalabilidade do negócio é essencial investir em planejamento. Isso porque escalar não consiste simplesmente em vender mais, mas sim em conseguir executar o fluxo de venda e entrega com a velocidade necessária, sem comprometer a qualidade e de maneira rentável”, aponta Luan Gabellini, sócio-fundador da Betalabs.
Para tornar seu negócio escalável, a empresa investiu, inicialmente, em tecnologia e capacitação de pessoas. Uma vez preparados para atender o aumento da demanda no operacional, investiu-se em estratégias de marketing para atrair clientes.
“O modelo permitiu levar os serviços da Betalabs a uma quantidade muito maior de empresas, sem deixar a qualidade de lado e com um custo operacional inteligente. Do ponto de vista de negócio, foi possível aumentar a receita em proporções maiores que o custo, melhorando a margem geral da empresa”, avalia Gabellini.
Outro ponto crucial em um negócio escalável é a equipe envolvida. Essa foi a principal preocupação da Pagar.me quando a empresa buscou escalabilidade.
“O mais importante quando buscamos escalar foi ter o espírito de startup enxuta e que não vai escalar em número de pessoas. Nós sempre tivemos por premissa não escalar em gente e automatizar o máximo de processos que pudéssemos”, revela Henrique Dubugras, um dos fundadores da Pagar.me.
Ter uma equipe de funcionários engajada e capaz de lidar com o crescimento do negócio é um passo a mais em direção ao sucesso, uma vez que o pessoal estará disposto a buscar bons resultados junto a você.
Juntamente com resultados positivos, o modelo escalável traz também o desafio de manter-se organizado na gestão da empresa para lidar com o crescimento e o aumento da procura, garantindo qualidade e entrega.
Está pronto para escalar o seu negócio? Descubra e avalie o potencial da sua empresa e bom trabalho!