Aprenda o primeiro passo para começar uma empresa com sucesso
Pla-ne-ja-men-to. Se você está pensando em empreender, certamente tem ouvido muito essa palavra. Afinal, traçar metas e objetivos, analisar as oportunidades e o mercado são os primeiros passos para alcançar o que se pretende.
O que e como pretende empreender? Aonde quer chegar? O que fazer para ser viável? Quais são os possíveis obstáculos que encontrará? São questões básicas que devem ser respondidas antes de “colocar a mão na massa”.
Esse roteiro, para que o empresário saiba onde está pisando, é o que chamamos, no mundo do empreendedorismo, de plano de negócios.
“O plano de negócios vai funcionar como uma bússola para a sua empresa, mostrando que caminhos seguir e ajudando a evitar percalços, uma vez que os riscos já estarão previstos no plano”, pontua Fabiano Nagamatsu, consultor do Sebrae-SP.
Além de servir como uma importante ferramenta de análise na hora de pensar na abertura de uma empresa, o plano de negócios pode ajudar, também, empresas que já estão em atividade.
“Muitas empresas, na correria do dia a dia, se perdem na gestão de processos ou rotinas administrativas, alterando sua cultura e o clima organizacional – o que pode influenciar nos valores da marca”, explica Fabiano. Com isso, o plano de negócios pode servir como um “replanejador” da marca e identidade visual da empresa.
Mesmo sendo uma ferramenta completa e detalhada, que exige a análise e a compilação de informações, o plano de negócios não é nenhum bicho de sete cabeças.
Seguindo alguns passos e dedicando-se à elaboração, é possível organizar um plano que vai guiar sua empresa em diferentes aspectos. Quer saber como fazer o seu? Confira os passos a seguir:
1. Defina seu segmento de atuação
Um bom plano de negócios deve começar com um estudo de mercado caprichado. Entender o cenário em que você está inserido ou pretende se inserir é essencial para traçar estratégias e conquistar resultados.
“É necessário estudar e reunir o maior número de informações possível sobre as características do público (comportamento, demografia, classe social), localização, fornecedores, quantidade de concorrentes, legislações, fiscalizações e questões tributárias”, lista Fabiano.
2. Pesquise, pesquise muito!
A pesquisa de mercado ajuda a formular uma previsão de expectativa de vendas e aceitação do produto, uma vez que tem como base a análise externa – dos clientes e do que eles esperam.
“Conhecer muito bem os aspectos relativos à gestão do negócio e verificar se este negócio possui mercado real ou é modismo deve ser um dos primeiros passos na elaboração do plano”, assinala André Pérez, professor dos MBAs da FGV e especializado em empreendedorismo.
3. Constitua um plano de marketing
Nesse passo, definem-se a missão, a visão, os valores da empresa, a gestão da marca, que serão a base para a escolha das melhores formas de divulgação (jornal, panfleto, TV, rádio, carro de som, internet, entre outros).
“É importante que no plano cada meio descrito esteja com seu respectivo tempo e forma de monitoramento de resultados”, pontua Fabiano.
As informações estabelecidas no plano de marketing serão de extrema importância para a formação de todo o negócio, servindo como norte em todo o percurso do empreendimento.
4. Estabeleça um plano operacional
Com a teoria definida, é hora de partir para pontos mais práticos. Quando chegar a esta etapa do plano, o empreendedor deve examinar o inventário físico da empresa – como o local e os funcionários.
“Nessa fase, o empreendedor analisará o layout (espaço físico e/ou virtual da empresa), a capacidade produtiva (instalações), as rotinas administrativas, os departamentos, as funções e a quantidade necessária de funcionários para o negócio”, esclarece Fabiano.
5. Planeje suas finanças
Este é um ponto imprescindível do plano de negócios. É nessa fase que você começa a estabelecer quanto será investido nas ações descritas nas outras etapas.
“Além disso, deve-se estimar o investimento fixo necessário para manter a empresa, o capital de giro, o faturamento mensal, o custo unitário dos produtos e/ou serviços, os custos de mercadorias vendidas e os custos de mão de obra”, lembra Fabiano.
Com os valores estimados, você consegue ter clareza do capital que estará envolvido no empreendimento e pode, então, começar a pensar em caminhos para levantar o necessário e avaliar a situação.
“No plano financeiro, o empreendedor poderá analisar a viabilidade do empreendimento por meio dos índices de rentabilidade, lucratividade, ponto de equilíbrio, taxa e tempo de retorno do investimento”, conclui o consultor.
6. Construa cenários e considere possibilidades
Esta é a hora de bolar, com antecedência, o seu plano B. Levante hipóteses de situações positivas e negativas, tais como: queda nas vendas, falta de capital, aumento no faturamento, baixa de matéria-prima etc.
Em seguida, pense em soluções e prevenções para os problemas e crie formas de intensificar os cenários favoráveis.
“Com isso, o empreendedor pode se capacitar ou buscar mais recursos financeiros para o empreendimento, evitando dificuldades concretas, uma vez que os riscos já foram previamente calculados”, ressalta Fabiano.
7. Realize uma análise estratégica
A análise estratégica serve para esclarecer, no seu planejamento, quais são os aspectos positivos e negativos do negócio, do mercado e do próprio empreendedor.
Nesta etapa, Fabiano aponta a necessidade de analisar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
“Fazer um estudo de mercado (definir quem pretende atender, como o concorrente atua e quais são os fornecedores e parceiros) por meio de coleta de dados é essencial”, diz o especialista.
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8. Atente-se aos detalhes para evitar erros
É importante estar atento em todas as etapas da elaboração do plano de negócios para não deixar passar nada que possa modificar e influenciar na aplicação.
“Falta de clareza de qual é o negócio, falta de métrica para medir o grau de sucesso do negócio, pouco conhecimento a respeito dos competidores ou de suas próprias fraquezas e indefinição do que será feito com o recurso a ser investido são erros que não devem ser cometidos”, alerta André.
9. Acompanhe as ações planejadas
O plano de negócios não deve ser esquecido depois de pronto. Além de passar por todas as fases e elaborar um plano de negócios completo e detalhado, é preciso segui-lo e acompanhá-lo no cotidiano da empresa.
“Muitas vezes, o empresário até tem informações precisas acerca das tendências do mercado, da capacidade da empresa e da concorrência, mas não controla nem monitora as ações realizadas, verificando se está andando como planejado”, alerta Fabiano.
10. Atualize as informações constantemente
Um plano de negócios não é uma ferramenta estática: ele precisa ser atualizado. Afinal, o mercado muda e, para o plano continuar funcionando, é necessário que ele receba novas informações.
“Ler jornais e revistas especializadas, assistir a noticiários, participar de feiras do segmento e fazer contatos com parceiros do negócio são ações que contribuem para a agregação de informações no planejamento”, aconselha Fabiano.
Entendendo os pontos do planejamento e já ciente de como selecionar e buscar as informações necessárias, basta organizar tudo isso no papel. Existem vários modelos de planos de negócios e, sabendo o que é importante para a empresa, você consegue determinar o seu.
Um dos mais utilizados, atualmente, é o Business Model Canvas ou, em português, Modelo de Negócios Canvas. Saiba como montar o seu.
Agora é só botar a mão na massa e começar a organizar o plano de negócios da sua empresa. Bom trabalho!