A alta do combustível é um dos temas que mais preocupam os brasileiros atualmente. Além do peso no bolso do consumidor para abastecer, as pessoas empreendedoras enfrentam grandes desafios para que os valores nas bombas não afetem seus negócios.
Em janeiro de 2021 foi o grande marco da escalada nos preços. Contudo, isso vem desde 2016, quando a Petrobras adotou a Política de Paridade de Importação e ficou sujeita à precificação global do petróleo, que também teve altas e foi ainda mais afetada pela desvalorização do real.
Desde que essa grande sucessão de aumentos teve início no ano passado, o maior reajuste aconteceu em meados de março de 2022. Agora, o valor da gasolina está 18,7% mais caro, enquanto o do diesel teve elevação de 24,9%.
Esses dados, divulgados pelo UOL Economia, fizeram com que a média nacional do diesel atingisse cerca de R$ 6,46 nos postos de abastecimento. Já com a alta na gasolina, a cobrança nas bombas ultrapassou os R$ 7,00.
Evidentemente, o segmento de distribuição é um dos mais prejudicados, junto dos negócios que dependem diretamente dele. Afinal, se uma transportadora paga mais no combustível, o preço do frete fica maior para o varejo, para o e-commerce e qualquer outro setor que precise movimentar mercadorias e insumos, independentemente do nicho ou porte.
Se você é empreendedor, é natural que esteja preocupado com tudo o que impacta sua empresa com o aumento da gasolina. Mas fique calmo: nós vamos mostrar alguns caminhos para você driblar essa situação.
A seguir, entenda melhor:
- Como a alta do combustível impacta o seu negócio
- Dicas para contornar a alta do combustível
Ser bem-sucedido também é sobre ter resiliência para lidar com alguns cenários adversos! Acompanhe o artigo para compreender a fundo as influências da alta do combustível e quais medidas adotar para o seu negócio não ficar no prejuízo.
Como a alta do combustível impacta o seu negócio
O aumento dos valores do combustível gera uma verdadeira bola de neve. Afinal, se os distribuidores pagam mais nas bombas, eles acabam compensando nos seus próprios preços, o que influencia e encarece toda a cadeia mercadológica.
Essa lógica é confirmada por uma pesquisa recente do Sebrae e da FGV. Nela, 63% dos microempreendedores individuais e 61% das micro e pequenas empresas apontam que os gastos com combustíveis, insumos e mercadorias são os que mais impactam os seus negócios.
Diante disso, o mais importante é manter-se tranquilo, mas não desatento. Lembre-se que todas as pessoas empreendedoras estão passando pela mesma situação, e que há meios para minimizá-la e evitar maiores problemas nas suas vendas.
Antes de conhecer as dicas para lidar com a alta do combustível, é importante entender suas influências sobre o comércio eletrônico e também os fatores que estão relacionados a ela, como a inflação. Confira:
A inflação para micro e pequenos negócios
Uma das consequências das elevações nos combustíveis, junto das próprias altas do dólar que as motivam, é a disparada da inflação. Isso deve impactar ainda mais as micro e pequenas empresas.
Segundo uma publicação da Agência Brasil, o Banco Central aumentou a estimativa da inflação para 2022. A revisão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) antes era de 4,7%. Agora, ela passou para 7,1% e ficou acima do centro da meta definida para este ano.
Isto é, o IPCA indica se o poder de compra das pessoas cresce, diminui ou se mantém estável. Sempre que ele aumenta, significa que os produtos e serviços estão ficando mais caros. Ou seja, caso isso aconteça sem que os trabalhadores ganhem mais, o poder de compra da população e das próprias empresas é prejudicado.
Portanto, na hora de organizar as medidas para minimizar os impactos da alta do combustível, também é preciso voltar os olhares para o aumento geral de custos e fazer com que as ações adotadas sejam estendidas a ele.
Os desafios das Vendas Online neste contexto
Junto da inflação, os preços dos fretes também são significativos. Se você tem volume de vendas na internet, possui um negócio totalmente voltado ao e-commerce ou mesmo se depende da aquisição de insumos online, as entregas são um ponto de alerta.
Ao lado dos aumentos diretos nos custos operacionais, isso também motiva problemas de demanda. Afinal, nos sites de vendas e marketplaces, o frete geralmente é pago pelo cliente. Portanto, quanto mais elevado ele estiver, maior a hesitação nas compras digitais.
Dicas para contornar a alta do combustível
Considerando as dificuldades geradas pela alta do combustível, sua correlação com a inflação e a baixa no poder aquisitivo dos clientes, procure aliar a economia da sua própria empresa às necessidades dos consumidores.
Nesse sentido, reavalie a precificação dos seus produtos, a fim de manter seu volume de vendas, analise suas estratégias de frete, para manter o equilíbrio entre ofertas viáveis e atrativas, negocie com seus fornecedores e, claro, organize bem as despesas. Entenda:
Reavalie a precificação dos seus produtos e serviços
O primeiro ponto é analisar o seu método de precificação. Com isso, você pode entender o quanto a alta do combustível o influencia e tomar uma decisão para que o valor praticado seja, ao mesmo tempo, vantajoso para você e para quem compra.
Por exemplo, seu produto é vendido por R$ 150,00 e tem custo total, incluindo fixos e variáveis, de R$ 100,00. Então, seu lucro seria de R$ 50,00. Agora, imagine que o combustível representa 35% dessas despesas (35% de R$ 100,00 dá R$ 35,00).
Se o combustível aumentou 18%, você vai gastar mais R$ 6,3 em cada venda (que é 18% de R$ 35,00).
Diante disso, algumas decisões são possíveis. Você pode, por exemplo, passar o aumento todo para consumidor e vender a mercadoria por R$ 156,3. Outra opção é diminuir seu lucro de R$ 50,00 para R$ 43,7. Com isso, você pode equilibrar os dois fatores, para não aumentar muito o preço e nem reduzir tanto a margem (cobrando R$ 153,00 no item e lucrando R$ 46,7, por exemplo).
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Planeje maneiras de diminuir os custos com fretes e entregas
Quando tratamos sobre loja virtual, os preços das entregas também contam muito. Normalmente, para atrair mais vendas, os varejistas oferecem frete grátis para certas localidades. Para isso não encarecer tanto as operações, é comum que o preço então seja embutido no próprio valor da mercadoria.
O problema é que, com combustíveis mais caros, os valores embutidos acabam pesando muito o preço final do produto. No fim das contas, o que deveria ser um diferencial acaba tornando as ofertas mais caras, fazendo os usuários buscarem por preços menores na concorrência.
O ideal é seguir a lógica de equilíbrio que citamos no item anterior. Ou seja, avalie a política de fretes dos marketplaces e os preços das transportadoras. A partir disso, recalcule sua margem, garantindo que o valor final do item não fique tão alto, mas que receba um pouco do frete para que a entrega também tenha um preço mediano e não desmotive a compra.
Converse com fornecedores
Depois de melhor definir os preços dos produtos e dos fretes, você precisa voltar suas atenções aos fornecedores. Isso porque, a alta do combustível também acaba impactando os valores que eles praticam. O que pode pesar nas operações do seu negócio.
Primeiro, é importante estar atento ao mercado e aumentar seu poder de negociação. Claro que você não deve jogar um fornecedor contra o outro. Contudo, manter uma carteira ampla de parceiros lhe ajuda a identificar melhores oportunidades de mercado e a estruturar seus próximos passos.
Além disso, proponha ações para impulsionar vendas em conjunto. Você pode, por exemplo, pedir descontos caso compre volumes maiores de produtos ou insumos. Nesse sentido, uma alternativa é fazer parcerias com outras empresas para fazer compras conjuntas. Ainda, peça por prazos mais flexíveis de pagamento, a fim de otimizar seu fluxo de caixa.
Mantenha as despesas organizadas e na ponta do lápis
Por falar no fluxo de caixa, é imprescindível manter todas as despesas sempre muito bem organizadas. Inclusive, essa é uma dica que vai além da alta do combustível, e vale para qualquer empresa que deseja manter-se sustentável.
Afinal, em todas as dicas anteriores, tudo passa pelo entendimento sobre o quanto você gasta (com custos fixos e variáveis dos produtos, fretes, fornecedores, etc.) e da influência que esses valores têm sobre o seu potencial de lucratividade.
Portanto, tenha todas as movimentações na ponta do lápis e entenda plenamente a realidade financeira do seu negócio.
O caminho ideal é automatizar seus cálculos e fazer tudo em apenas alguns cliques. Agora que você sabe como lidar com a alta do combustível, queremos lhe ajudar a simplificar seus controles. Clique aqui e baixe agora a planilha de fluxo de caixa do UOL Meu Negócio!